HERÔ Skin Beauty

SYLVIA MONASTERIOS


SYLVIA, ESTAMOS MUITO FELIZES EM BATER ESSE PAPO COM VOCÊ, AINDA MAIS DEPOIS QUE DESCOBRIMOS QUE VOCÊ O HELDER SÃO AMIGOS DE LONGA DATA, DEVEM TER MUITAS BOAS HISTÓRIAS PARA CONTAR.

SE PUDERMOS RESUMIR O QUE ESTÁ ACONTECENDO HOJE NO MUNDO SOCIAL COM ÊNFASE NO SEU MERCADO DE TRABALHO QUE É A ARTE E CURADORIA, COMO VOCÊ DEIXARIA REGISTRADO?

Há alguns anos já vemos um crescente reconhecimento e valorização da produção de corpos historicamente marginalizados e silenciados na arte contemporânea. Artistas de origens diversas têm ganhado muito mais protagonismo em exposições e bienais, e sinto que os curadores têm desempenhado um papel importante priorizando narrativas plurais. Tem espaços para discussões sobre identidade, ancestralidade, diásporas, que não tínhamos 10 anos atrás, por exemplo. É muito interessante acompanhar as novas produções, novos debates, novas formas de fazer e mostrar arte, e também ver essas discussões transcendendo a arte e permeando outras esferas, como a política.

VOCÊ TEM UM TRABALHO MUITO IMPORTANTE DE ARTE NO BRASIL COMO CURADORA E PESQUISADORA LATINA POTENCIALIZADO ISSO DE UMA FORMA ÚNICA. HOJE, VOCÊ ESTÁ EM ALGUM PROJETO ESPECIAL?

Morando aqui, sempre senti falta de conectar mais o Brasil com a América Latina, com o Caribe, com a Venezuela. Para mim sempre foi claro que existiam muitas afinidades.

Ano passado ganhei uma bolsa de pesquisa na Jamaica justamente para investigar essas afinidades, conhecer um monte de artistas novos, traçar paralelos, criando diálogos e trocas entre artistas de vários países, e ainda continuo imersa nessa história. Estou escrevendo vários artigos sobre diásporas caribenhas e latino-americanas e como elas se expressam na arte contemporânea. E a partir disso, trabalhando para transformar essa pesquisa em exposições que olhem não só para essa relação entre o Brasil e o Caribe, mas também reflitam sobre os processos migratórios. 

O mais legal desse mergulho é descobrir tantos artistas que passaram por processos semelhantes aos meus, e como eles refletem isso nas suas produções. 

NÃO PODEMOS DEIXAR DE FALAR DA BIENAL. VOCÊ SIMPLESMENTE ARRASOU EM SER CURADORA ASSISTENTE DE UMAS DAS EDIÇÕES MAIS IMPORTANTES PARA A NOSSA HISTÓRIA. HOUVE UM ENVOLVIMENTO ENORME ACREDITO EU DA SUA PARTE, DO SEU TEMPO. VOCÊ ESTEVE ENVOLVIDA POR QUAL PERÍODO E COMO FUNCIONAVA O RITMO DAS EXECUÇÕES?

Nossa, muito obrigada por essas palavras! Foi um processo intenso, uma formatura da vida. Eu tive a honra de trabalhar com artistas que admiro há anos e acompanhar as suas pesquisas, como Rosana Paulino, Dan Lie, Luana Vitra, MAHKU, Archivo de la Memoria Trans, foram tantos! Cuidei principalmente dos projetos comissionados, conectando os artistas com a equipe de produção e a arquitetura, lindamente idealizada pelos amigos do escritório Vão, que inclusive acabam de ganhar o prêmio APCA 2024 pelo projeto expográfico. 

Além disso, eu me envolvi muito de perto com a participação da Ocupação 9 de Julho, que convidamos para assumir a cozinha da Bienal. Foi inspirador ver um trabalho coletivo tão bem articulado e com uma capilaridade que só se expande. O resultado foi muito lindo e enriquecedor para todos nós, e só confirma como é um dos movimentos sociais mais importantes de SP.


VOCÊ NASCEU NA VENEZUELA, MAS JÁ É BRASILEIRA TAMBÉM, AMAMOS QUE VOCÊ AME NOSSO PAÍS. CONSEGUE ELEGER O MELHOR DE CADA PAÍS? UM PING-PONG:

COMIDA Do Brasil: Moqueca / Da Venezuela: Pabellón (nosso equivalente à feijoada)

DRINK Do Brasil: Caipirinha de caju / Da Venezuela: Rum venezuelano (o melhor do Caribe!)

CLIMA Da Venezuela: O clima de Caracas é o melhor do mundo! É a eterna primavera. Mas se tiver que escolher algum do Brasil, eu curto o calor do Rio (me julguem!)

MÚSICA Do Brasil: Luiz Melodia / Da Venezuela: Oscar D’León.

TEM ALGUMA HISTÓRIA MUITO DIVERTIDA QUE VOCÊ VIVEU COM O HELDER RODRIGUES QUE GOSTARIA DE CONTAR? ESTAMOS CURIOSAS RSRS.

Somos amigos desde 2011! Éramos vizinhos e sempre nos juntávamos para fazer drinks depois dos dias cansativos de trabalho. Aprendi a me maquiar com ele em longas noitadas ouvindo música e fofocando. 

Posso até dizer que já casei graças ao Helder. Uma vez, muito bêbados, ele me obrigou a aceitar um convite para um primeiro date com uma pessoa que eu mal conhecia. A gente estava almoçando e ele disse que tinha um bom feeling sobre o tal boy. Eu aceitei e o menino veio me encontrar debaixo de um temporal! O resultado foi um casamento que durou 4 anos, e somos amigos até hoje.

COMO É SUA ROTINA MATINAL? SEU CAFÉ DA MANHÃ, ESPORTES, TRABALHO…

Eu amo manhãs demoradas! Prefiro acordar mais cedo, ter tempo de tomar meu café com calma, regar as plantas, ter meu momento de paz. Na sequência pego a bike e vou malhar, depois disso já engato no dia de trabalho.

VOCÊ TEM ROTINA DE SKINCARE? SE SIM, CONTA UM POUQUINHO?

Hidratação e filtro solar acima de tudo!

Não gosto de rotinas complexas, mas mantenho um cuidado constante. Sou devota do óleo de rosa mosqueta há anos e faço esfoliação e máscaras periódicas.

QUAL É A SUA RELAÇÃO COM BELEZA E MAQUIAGEM E ONDE ELA ESTÁ MAIS PRESENTE?

Uso uma maquiagem bem básica no dia a dia, evito exageros, mas faço questão de cuidar da pele. Prezo por um rostinho bem hidratado mais do que carregado de maquiagem – e aos poucos vou aprendendo a respeitar as marquinhas da idade que vão aparecendo, fugindo dos procedimentos estéticos.

SOBRE HERÔ, ONDE A MARCA ESTÁ MAIS PRESENTE COM VOCÊ?

Eu vi a Herô nascer, desde os primeiros rascunhos! Dei palpite sobre embalagem, cores, sobre o logo, tudo no comecinho… passamos uma tarde inteira vendo materiais, moodboards, e Helder me deu espaço para opinar, ouviu minhas críticas e sugestões. 

Tenho um carinho muito especial pela marca e virou parte da minha vida desde o início. De manhã quando acordo já lavo o rosto com o gel de limpeza, que amo demais.

No dia a dia, não sai da minha bolsa o Balm Acerola, sou viciada nele. É o blush/batom perfeito para mim. Recentemente comecei a usar como sombra o balm roxinho e estou amando também.


DICAS DE SEUS RESTAURANTES E GALERIAS FAVORITAS, CONTA PRA GENTE?

A Gruta Espaço de Arte, na Barra Funda, sempre tem exposições com artistas interessantes. Fazem várias ativações e eventos durante o tempo de exposição, então dá para ir mais de uma vez e ver as coisas de perspectivas diferentes.  

Não posso deixar de falar do Centro Cultural São Paulo, que ocupa um lugar muito especial no meu coração. Fui curadora do setor de artes visuais de lá durante dois anos. Não é uma galeria, mas é um dos espaços culturais mais vivos e interessantes da cidade. 

Sobre restaurantes, costumo ir bastante com meus amigos na Liberdade e Bom Retiro. Na Liberdade, gosto do Ueda, Chi-fu, Figueirinha. No Bom Retiro: Ogame, Sashimi do Mar e New Shin. Gosto de mesa farta, temperos fortes, saquê, soju e muitos sabores misturados.


UM LUGAR FAVORITO NO MUNDO?

Playa del Escambrón – San Juan, Puerto Rico. As lembranças mais lindas da minha infância são de lá. A água é absurdamente cristalina, foi onde aprendi a nadar, mergulhar e estudar peixões e peixinhos. A minha mãe é porto-riquenha, e sempre que visito ela faço questão de ir.

O QUE A COR REPRESENTA NA SUA VIDA? TEM ALGUMA FAVORITA?

Quem me vê de longe pode até achar que eu sou gótica, mas não sei viver sem cores! Prefiro cores quentes sempre, gosto de amarelo, tons de mostarda, vermelho.


TEM ALGUM ARTISTA QUE VOCÊ AME MUITO E GOSTARIA DE CITAR?

Impossível escolher só um, mas recentemente viajei à África do Sul para trabalhar em uma exposição e pude acompanhar mais de perto o trabalho do William Kentridge, que já eu amava. Nessa viagem, tive a honra de visitar The Centre for the Less Good Idea, um espaço de arte experimental fundado por ele e fiquei completamente fascinada. Ele fornece condições para jovens artistas desenvolverem projetos multidisciplinares de performance, cinema e dança. Tem estúdio de gravação, teatro, salas de ensaio, é incrível. 

Do Brasil, sempre gosto de falar do trabalho da minha amiga Clara Benfatti, que acompanho há muito tempo. Ano passado tive o prazer de fazer a curadoria de uma exposição dela. Clara tem um trabalho muito delicado e, assim como eu, gosta muito de cartografias. Mostramos um conjunto de telas e esculturas baseadas em imagens de satélite de desertos, que ela pesquisa meticulosamente. Ficamos muito felizes com o resultado. 


UMA MÚSICA, POSSÍVEL ESCOLHER SOMENTE UMA?

Uma clássica minha e do Helder e que sempre ouvíamos muito na juventude é Girls – Oh so protective one. Não consigo ouvir e não lembrar dele!  

Mas todo mundo sabe que minha música eterna é This must be the place – Talking Heads.

COMO VOCÊ FAZ PARA SE SENTIR PODEROSA?

Parece clichê, mas depois de uma boa pedalada ou de uma marombinha de leve, me sinto dona do mundo. Não preciso de muito. 

VOCÊ TEM PET?

Tenho dois gatos! Joca e a Tina Turner. Estão comigo há 10 anos, alegrando minhas manhãs e enchendo minha casa de pelos.

PLANOS PARA 2025, TEM NOVIDADES QUE VOCÊ PODE CONTAR?

Mil planos, mil projetos, 2025 vai ser (está sendo) intenso. Estou trabalhando na tradução de um livro de um autor argentino muito importante (não posso dar spoiler!), que gosto muito e teve pouquíssima coisa lançada no Brasil e em português. Traduzir literatura é um grande desafio e o texto original é extremamente complexo, mas está ficando incrível e estou muito orgulhosa do processo. Além disso, tem duas exposições e uma publicação bem bonita vindo por aí.

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